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Vânia Martins
Youtuber

Vânia Martins, uma jovem com uma neuromuscular que vive no Brasil, ao longo da sua vida foi-lhe dado diversos prazos de validade.
Criadora de um canal de Youtube “Rampa de Acesso”, onde o foco principal e o empoderamento da mulher com deficiência.

Sou Vânia Martins cadeirante, criadora do Canal Rampa de Acesso, onde o foco principal e o empoderamento da mulher com deficiência.  Após cinco anos de criação o rampa conta com uma rede de seguidores que ultrapassa 30 mil pessoas! Trabalho com o intuito de levar informação e entretenimento para esse público. 

 Link do Canal: https://www.youtube.com/channel/UC-29QNxME6mrVVU-S4XxZwg?view_as=subscriber

Instagram:  @vaninhaamartins

E minha historia começa assim…

Minha Mãe conta que quando eu era bem pequenininha, quando tentava dar meus primeiros passos fiquei muito doente, a passei a viver internada, sempre muito debilitada, foram várias internações, muitos exames até que chegou o dia que fui diagnosticada com uma doença grave e degenerativa chamada Distrofia Muscular de Duchenne. Depois desse diagnóstico, foi passado para minha mãe que em breve eu perderia os movimentos dos membros superiores e principalmente inferiores, devido à progressão rápida da doença. Enfim eu não iria andar e seria dependente para vida toda.

Acredito que não foi fácil para minha mãe receber tantas informações sobre sua filha caçula, na época eu ainda nem tinha três anos.  Além das sequelas, a distrofia traria para mim, algumas complicações como: cardiomiopatia, capacidade de mobilidade diminuída, deformidades, insuficiência respiratória, Pneumonia ou outras infecções respiratórias; pronto! Ali recebi o meu PRAZO DE VALIDADE! Normalmente a pessoa que tem esse tipo de distrofia não resisti a tantas complicações.  Com tudo que foi dito minha mãe, me criou muita proteção, com muito cuidado e sempre assombrada por essa expectativa de quanto tempo eu iria viver! Recordo-me que já com uns 5 a 6 anos ouvia com frequência que provavelmente não passaria dos 15 anos. Quando completei quinze a perspectiva passou para 21 e assim fui crescendo, sempre aguardando a próxima perspectiva de prazo.

Durante esses anos passei por diversas internações e intervenções cirúrgicas, tive quase todas as complicações que a doença propõe e até em coma já fiquei, mais uma vez eu resisti;  mesmo assim sempre me pegava ouvindo sobre o tempo que me restaria de vida… É curioso que mesmo quando criança, depois na fase da adolescência e na vida adulta eu nunca coloquei isso dentro de mim, não fazia sentido pra mim tomar esse prazo como verdade… Sinceramente?! Respeito a medicina e acredito que os médicos são instrumentos de Deus para salvar vidas, até porque muitas das vezes eu precisei e sempre tive bons profissionais que cuidaram de mim, mas eu sempre acreditei que a última palavra vem do ALTO, e é Ele quem decide a hora o momento de tudo em minha vida!

O prazo de validade vivia ali, rondando minha jornada, mas posso falar para vocês que eu nunca tomei aquilo como verdade, dentro do meu coração e da minha mente eu não acreditava.

Eu dizia dentro de mim: vou viver sim e muitooooo!

Se eu fosse viver com base em diagnósticos ou até mesmo com minha realidade, que muitas das vezes era em uma sala de hospital, eu poderia ter me entregue e pensar: Para que estudar se eu vou morrer em breve?  Para que trabalhar se não vou fazer uma carreira? Para que vou conhecer pessoas, formar laços de amizade, se não serei uma amiga presente? E até mesmo me casar pra que?… Mas não! Preferi ir contra essa “sentença” de pouca vida! Escolhi aceitar sim as limitações que a doença me impôs e reconhecer que na minha vida teria muitas dificuldades e barreiras, mas elas não iriam me deter, então continuei a viver a vida normalmente como se fosse uma garota “comum” na escola, faculdade, no trabalho e até quando casei, mas esse assunto vou falar mais pra frente com vocês (aguardem).

Esse fantasma tenta me assombrar até hoje, mas sigo não tomando isso como verdade pra mim. Escolho sempre brincar com a situação e dizer que “já to fazendo hora extra aqui na terra”.  Sempre falo com humor para os meus amigos que “minha validade tá vencida” e ele morrem de rir… Isso pode acontecer, eu sei, mas pode acontecer comigo ou com você!  Até porque todo mundo vai morrer um dia, então eu pessoalmente acredito que não devemos viver esperando essa hora chegar! Viver pode ser bem mais do que isso e eu tento usar minha vida e minhas redes sociais do rampa de acesso para falar dos desafios da minha vida.

No fim o que quero frisar é o poder que temos quando acreditamos em algo! Quando você acredita você busca, você luta e faz acontecer, desafia a ciência e as estatísticas, eu estou aqui e sou prova viva disso! A minha luta ainda não acabou, nem vai,  ela é contínua, como a sua também. Eu sei que preciso seguir batalhando porque não posso parar, a verdade é que tenho muitos sonhos há realizar!!

Então vamos à luta?! Deixo aqui a reflexão para que você não aceite facilmente que as barreiras da vida venham a te deixar parar!                                                  

Beijokas no coração!

Vânia Martins

Pedro Teixeira

Pedro Teixeira

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